terça-feira, 31 de agosto de 2010

chuva e presente de Paula.

Lá vou eu, outro dia de chuva, comprar o presente da pequena.
Chego em casa toda feliz: - tchan ran, Paula! Feliz aniversário! Ela pegou o embrulho grandão, rasgou o papel, olhou emburrada, empurrou pra cima do balcão, foi pro quarto dela e bateu a porta.

Ela é um outro ser, um duende talvez.

eu podia ter comprado 20 kinder ovos,

ou 20 sucos de amora,
me entupir de chocolate e de surpresinhas

eu podia ficar em casa na minha cama quentinha

eu podia rasgar o dinheiro,

eu podia jogar no vaso e dar descarga,

eu podia, enfim

mas fui lá

comprar um presentinho com todo amor,

pra nada.



ô vida lazarenta!

-.-

acho que no fundo, no fundinho ela gostou.

eu dei um trompete (quem não ia gostar de um trompete, nessa vida?)

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