quinta-feira, 21 de outubro de 2010

outubro.

:O outubro já chegou? Dois meses!


Queria um samba agora,

De frente pra ilha de Itaparica,

Uma noitinha de sábado,

aquela bem tropical,

de shortinho e bata de renda,



a maré soprando:

salvador

28 de setembro – A tradição da teta de nega.

Aqui na Dinamarca existe uma tradição que se é seu aniversário você leva flodeboller pra todo mundo na escola. Se você está na aula e seu telefone toca, a sua prenda é flodeboller pra todo mundo (o melhor disso é que quando o celular inconveniente de alguém toca no meio da aula ngm olha com uma cara de merda pra pessoa, todo mundo faz um: haaaaaam e olha com uma cara de: - re,re, flodeboller, malandro!) e se você aposta alguma coisa com alguém você paga com flodebolde. Estranho isso. Pq essa porra dessa flodeboller? Não tinha uma coisinha menos sebosa não? E eles também comem flodeboller com sorvete e com macarrão (ta, com macarrão não) e sabe lá mais o que eles fazem com isso.



O nome aqui na Dinamarca é ‘negakys’, beijo de nega. Como eles são fofos, né? Deixa eles saberem que lá na minha terra isso é uma teta. Mas mesmo assim por achar o termo ‘nega’ pejorativo todo mundo agora fala flodeboller = ‘bola de creme’.



Hoje foi o aniversário de Megan (eu acho) por isso eu comi flodeboller. “I dag er Megans  fodselsdagen, urra, urra, urra (...)”

fodselsdagen = parabéns (em dinamarquês).


É, pique, é pique, é pique, é pique. (quase comecei a cantar sozinha)




Beijinho, vi ses!

27 de setembro

- Novo colega na aula de dinamarquês e é italiano! (Os italianos me perseguem – é, isso vai pra vc, Martina!)

- Programa dinamarquês falando sobre o Brasil. Que alívio que é ouvir português na tv.

Tava mostrando um catador de açaí na floresta amazônica subindo numa árvore,por isso que todo mundo pergunte se eu tenho um macaco de estimação em casa. -.-

ah, eu não sabia que a embraer era a terceira maior produtora de aviões comercias e a líder nos de 50 - 120 lugares. uou

a gente não exporta só laranja, uh lalah.



se mate: http://super.abril.com.br/cotidiano/melhores-lugares-morrer-598671.shtml

26 de setembro - malvadinha.

Hoje eu comi lagosta e carne de Bambi.


Como eu sou má.

24 de setembro de 2010 – ODENSE!

correria do inferno,
trem,

Odense.



festa de 18 anos de Vitor. :)

Foi na Globe, a boate é muuuito linda, cheia de lustres!

Parecia o introcamp, é tão bom se sentir em casa. Gente (a gente) dançando em cima do balcão, um dj lindo que só ele, Vitor tomando os 18 shots, a máfia da pulseirinha amarela fluorescente, mua há há.

No fim da festa a gente encontrou um dinamarqueses que deram o facebook deles e ficaram conversando com a gente. (não sei onde eu enfiei esse facebook)

Eu dormi na casa de Ana. Num colchão inflável versão ‘cama box’. ENORME!

Gente rica. Ê, lelê. O colchão enchia sozinho na tomada, na garagem só tinha mesmo uma Ferrari. Na casa tinha um estúdio de gravação, mil instrumentos, um piano de calda, um ofuró e o escambau. Eu não me deslumbro com essas coisas não, mas é engraçado pensar que eu tava nessa casa.

O melhor foi o hostpai de Ana perguntando: - Pq vc não tem um McBook e um IPad, Ana?

- han, deixe me ver... por que mesmo eu não tenho?

Haha,

O café-da-manhã foi uma delícia com chocolate derretido sobre o pão. Daí a gente foi encontrar com o pessoal no centro de Odense, no parque. (ah, Odense é a cidade natal de Hans Christian Andersen a maior personalidade dinamarqueses, o autor de ‘O Patinho Feio’, ‘A Pequena Sereia’, ‘ A Roupa do Rei’)

Fui tirar dinheiro com o meu cartão de crédito e não funcionou, daí não funcionou de novo e depois funcionou, alguém me explica? Aliás as luzes da rua se apagam quando eu passo e o meu celular chama, chama 20 vezes e eu não ouço, nem sinto ele no meu bolso.

Hoje, dois gatos passaram por mim (um era preto, uuh).



preciso falar mais merda, preciso de papel. certas coisas nao da pra publicar - off

No parque.

Brincadeiras estranhas.

Imagine vinte brasileiros no meio do parque dançando 'onze, onze, tcha tcha tcha' hahahaha num círculo. Ou então fazendo acrobacia, achando que é do cirque du soleil e pulando um cima do outro, fazendo ponte, escalando as cabeças alheias, meldels.

Ou jogando bobinho com uma bola emprestada de uns Dinamarqueses (bando de brasileiro cara de pau) e morrendo de medo de chutar forte e bola cair no rio e aprendendo uns passinhos de xote -.-

Eles devem pensar: ah, é assim que é no Brasil. Brasileiro vai pra praça pra dançar forro.



No fim da tarde todo mundo foi pra suas respectivas cidades e não pude pegar o trem pq tinha esquecido meu celular na casa de Ana. Daí eu voltei e jantei lá. Jantar: lasanha e torta de maçã com chantily azedo.

Ps.: resenha do fim de semana, episódio do paraguaio. Cuspe? Que isso aqui? Que PORRA é essa?

Fui pra estação pegar o trem de volta pra Skanderborg às nove. (preciso imprimir responsabilidade no meu ser :B)



Voltar sozinha de trem é igual frio e sono.

Depois dei aquela caminhadinha de 3,5 km, no meio da noite, pra voltar pra casa. Bem no meio, veio vindo um homem na minha direção, na parte que só tem floresta (nunca passei tanto medo na minha vida) quando de repente, as luzes apagaram, só pra dar um ar de entretenimento no negócio. (e isso das luzes apagarem nem foi invenção minha). Mas daí não aconteceu nada. Era só uma pessoa qualquer.



Resumo do fim da noite.

- Cheguei em casa. E viva.

- Minha internet não quer funcionar. Inferno.

- Perdi a festinha da minha sala. Ah, foda-se. (tentei não usar o ‘foda-se’ pra não fazer apologia ao uso de palavrões no meu blog. Sabe como é, não soa bem com a moral e os bons costumes. Mas a língua portuguesa não me brindou com uma expressão mais politicamente correta, que corresponda e exprima tão bem o sentimento do meu mais profundo ‘eu’ com relação a perda dessa festa.)



The end.








22 de setembro - reações em cadeia e noite de jazz.

Observe como na vida ocorrem reações em cadeia:

Atropelei uma lesma que era do tamanho de um cachorro. Daí meu celular foi atropelado por uma bicicleta depois de cair do meu bolso (ê vida, cai na privada, é atropelado) e eu cheguei atrasada na aula de Dinamarquês.



Ah! Isso de ter chegado atrasada foi estranho, alías, estranhíssimo. Eu cheguei atrasada, daí, misteriosamente, todo mundo já tava no fim do texto de num sei quantas páginas que a gente tinha começado a ler no fim da outra aula. Daí eu virei e falei: - WOW, que rápidos! Vocês leram tudo isso nesses 10 minutos?

- Não, Ayume. Dá uma olhada no relógio.



E já tinha passado uma hora. Eu cheguei uma hora atrasada na minha aula de dinamarquês.

meu deus, que coisa estranha.



Espero não morrer hoje.

Beijo.



Ps.: Hoje teve a ‘Hyggelig Aften’ que foi uma noite de jazz na escolar. Ol, uns sambas clássicas e ‘para bailar la bamba’ com o bastão pra passar debaixo. Quase me senti em casa.

Ai, como os dinamarqueses ficam brasileiros depois de uma cerveja!


21 de setembro - Alvo.

O Dia amanheceu bonito que só.
Amarelo. Quase um brasil.



‎"Ah meu caro, nדão vale a pena vivermos de sonhos e nos esquecermos de viver, pois as vezes quando nos deparamos com a realidade ela pode machucar mais do que realmente deveria..." (Alvo Dumblendore)



‎"Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade, ruim é nمo ter saudade, e como é bom sair sem direçمo pelas ruas da cidade pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você." – não lembro quem é o autor então você pergunta pro Tio Google que ele te diz. (:


















esqueci meu casaco em Ry na aula de zumba, merda.



Buenas noches.

20 de setembro - atividades na escola.

Hoje a gente teve dia de atividades na escola. Chuva, grama molhada, gente fantasiada, jogos engraçados. Haha
“hojre, venstra, hojre, venstra” – esquerda, direita, esquerda, direita. A gente tava fazendo uma corrida onde todo mundo fica com os pés presos juntos numa espécie de ski. Caí 20 vezes e fiz o meu time perder.

Teve uma competição de melhor dança de pom-pom, como é que chama mesmo? Aquela dança que a gente vê em filme americano antes do time começar a jogar. Enfim, o grupo que ganhou foi de umas meninas que tavam fantasiadas de velhas. Haha, foi merecido! Teve uma competição pra construção de um carro. Roda pra lá, pneu pra cá, gente espatifada no chão.



Pena que eu não estava de bom humor hoje se não eu até teria me divertido.


to morta, vou dormir.

Besistos.





17 a 19 de setembro - GET TOGETHER - IN RY!

Ry é o nome da cidade e a pronúncia é uma coisa estranha, estranhíssima.

não é 'rai' nem, 'riu' é: 'rui', só que meio 'grthrhtuhriu', parece um 'grú-i'. -.- Com um 'r' do diabo, rrrrr grrrrrr.

Garganta, pra que te quero? Dale dinamarquês!



Acabei de chegar em casa. Não sei o que escrever.

Eu podia narrar o que a gente fez, mas o que a gente fez pouco importa.

A gente tava junto e é isso.

Junto, sentado, comendo brigadeiro de leite condensado comprado na Alemanha que a Valéria fez. Juntos tentando voar e enterrar a bola de basquete na sesta (e eu com todo essa altura, subi em cima de três meninos e consegui (: mua ha ha). Juntos desvendando a escola e achando uma cama elástica, um monociclo, uns bamboles e um trapézio ás 2 da manhã.

A Valéria é de circo, ela sabe o número do trapézio o do pano, 'nossostros' colocamos a cama elástica perto da sesta de basquete, vai imaginando. Foi quase um cirque du soleil, a gente voando. Vinha de lá, 2 kilômetros correndo e pulava no trampolim. Eu tentei fazer pontos, pulando e girando o bambolê. Aqui só tem artista. haha

O Grupo dos Latinos e um americano, ou, o Grupo dos Latinos e Rokko que agora já não sabe de onde veio. Nunca conheci um americano como esse. A simpatia em pessoa e latino de coração.

Teve show de talentos e um juri 'hijo de una puta' quis manter a hegemonia pólo norte. Os latinos cheios da ginga, cantando suas músicas pátrias tiveram que perder pra um besteirol americano onde o personagem nerd quase fazia um strip. O melhor do grupo latino era Rocco batendo palma. Hahaha

A gente cantou 'good luck' de Vanessa da Mata com Bem Harper, “there are so many special people in the world”, um dos júris deu 6 pra gente falando que a gente não sabia cantar (ah, não sabia que a gente tinha a obrigação de saber cantar, desculpa) e ele levou um vaia de todo mundo, até dos cinquentões rotarianos. (só brasileiro pra fazer o juri levar uma vaia, muahaha)



(;

E frio, e vento, e todo mundo dormindo juntinho numa quadra e nuns colchões de ar. Eu, que esqueci o cobertor, me enrolando na toalha e numa metade quentinha de um saco de dormir aberto da Geovana e do Gustavo.

Gustavo roncando no meu ouvido: - oh, se eu roncar você me dá um tapinha que eu paro.

- tá.

* 1 minuto depois*

- rrrrrrrrrrghou, rrrrrgrhou (como é a anomatopéia do ronco?)

- ei!

- que foi?

- cê tava roncando!

- tava?

¬¬



***



E os dois zumbis conversando. Mortos de sono, mas resistindo bravamente:

- Gustavo, que que cê falou?

- Eu falei: kekisseronkô.

- han?

- kekisseronkô.

- que? cê tá falando japonês comigo?

- kekisseronkô! Ah, amanhã eu te falo.

- cê tá falando de que?

- eu to falando de cu.

- de que? kkkkkkk

- kkkkkkk, ai, meu deus, por que eu falei isso? Não tava falando de cu, não. kkk

- ô, cê tá ouvindo uma vaca mugindo?

- que? quem tá fugindo?

***

É, a gente desistiu e foi dormir.



G2G, chili, salsa mexicana, portunhol. E na festinha o Dj tocou (uou!): 'para papapa papapapa, morro do dendê é ruim de invadir, nois os alemão vamo se divertir' foi bom pra da um up no psy 'tuts tuts tuts'.

Ai, a dinamarca é tão hyggelig, em plena boate, velinhas por todos os lados. Um tanto 'romatik'.



No sábado, fizemos uma trilha na floresta no ponto MAIS ALTO da Dinamarca, tchan tchan tchan raaaaan: 100 metros.

(Y) Mais vento, mais chuva. O cenário parecia o de Crepúsculo quando Edward escala aquelas árvores (aliás, eu sempre me perguntei isso - cê já ouviu falar que vampiro escala árvore?, é meio que: - sabe o que é um vampiro? - não, o que? - é um bicho que brilha e escala umas árvores). Então, parecia mesmo. As vezes parecia o Senhor Dos Anéis, e daí quando a gente chegou no lugar que a gente ia comer, tinha uma velas em volta e uma fogueira que eram só um toco de árvore com fogo no meio e daí eu achei que eu tava em Hogwarts ( que magia foi pra deixar aquelas velas acesas num puta de um frio, de uma chuva e um vento daquele?) e de lá de cima dava pra ver uns lagos enooormes.

No topo do ponto mais alto tinha uma torre. Quando a gente chegou emcima da torre (aquelas torres relógios, sabe?) eu achei que tava dentro de um furacão, um tornado, não sei. Vi a hora do vento me derrubar pela janela. sssshhhhhhhhhhhhhhhhhiuuuuu

Foi bonito que só. Depois a gente andou de barco e eu me senti meio na Amazônia fazendo uma matéria pro Globo Repórter tirando as muitas casas na margem do lago, barcos a vela e patos.

Muita cenoura e pepino na hora do lanche (imagine crianças assistindo tv e falando: - manhe, traz um delicioso pepininho? - bem-vindo a Dinamarca.), uns bolos gostosinhos, uma geléia de morango dos deuses! Mais pão, mais batata.

Ry é uma gracinha.

tão longe da minha cidade: 10 longos minutos! (:

Me assusta como as distâncias aqui são psicológicas!

De volta pra Skanderborg, já sinto falta de dar beijinho no rosto, abraço bem apertado. Aqui do outro lado, no velho continente você descobre o que é ser brasileiro, o que é ser latino, a gente se dá conta do que é todo esse calor e da falta que faz.

Muitas saudades de todos vocês. (L)

Valéria, Anna, Gusta, Rafael, Giovana, Beatriz, Juan, Miguelito, Hector, Luisina, Rokko, Gabriel e eu que não sou muito boa com nomes, saudade de todos os outros também, de todas as nacionalidades, da presença, da energia de ser intercambista.



G2G 1450!

Até outubro (L)





Sobre el poco calor de los daneses, há de se encontrar outros modos (estoy aqui, cheia de esperança). Ah! gente é gente em qualquer lugar.





























16 de setembro

E hoje, larará, o meu sanduíche de pepino do dia está apodrecendo na minha bolsa.

Ah, a novidade é que agora além do pepino o meu pai começou a colocar uma deliciosa película de carne crua sobre o meu suposto almoço.

Hip hip hurra pra sofisticação. Carne crua = capacho. Eles te enganam colocando um nome bonito como ‘capacho’ mas no final é só carne crua mesmo.



E choveu, só na caminho de casa (ô pessoa de sorte!) cheguei em casa, parou de chover. -.-

inferno.



Vou viajar pra RY. Fica a 10 minutos daqui. Que piada! E eu ainda vou de trem. Eu devia ir a pé. -.-

15 de setembro - fantasma.

15 de setembro:


Hoje eu tava na escola, comendo o meu sanduíche de pepino do dia. Mais um dia depois de outro dia. E uma menina aparece do meu lado perguntando de onde eu era ( - sou do Brasil) e achando o máximo eu ser brasileira. Na verdade, eu acho que essa menina era um fantasma, ela me viu naquele estado, sentada, desmilinguida e resolveu aparecer pra mim e fazer uma surpresinha.



Agora dá pra ser feliz agora, comprei 3 pares de meias de lã e uma caixa de kinder max (:

A vida vai bem. Hoje eu comi rúcula e toda fez que eu como rúcula eu acho que eu vou morrer.

:*

11 de setembro – Cavalos da Islândia! *-*

11 de setembro – O dia em que as torres gêmeas explodiram! Mua ha há

Em respeito a essa data eu não escreverei sobre o meu dia e faremos um minuto de silencio pelas vítimas.

Ok, não.

Eu adoro o onze de setembro. E eu acredito na teoria da conspiração que o estados unidos fizeram isso pra poderem invadir o Iraque e pegar todo o petróleo pra ele. De qualquer forma é uma resistência à soberania bélica estado-unidense que usa da força pra se impor aos outros países.

E o homens-bombas dizem em coro: - rere, não contavam com a minha astúcia! Por essa vocês não esperavam.

“ O coração do homem-bomba faz tum-tum, até o dia em que ele fizer BUM!” – Zeca Baleiro.

Ta, desculpa. Agora faça você o seu um minuto de silêncio e vamo que vamo.


Só vou postar o dia de hoje porque eu quero contar pra todo mundo que hoje eu andei em cavalos da Islândia.

Eu tava com preguiça de escrever e fiz um vídeo. Mas a vergonha foi tanta que eu superei a minha enorme preguiça e cá estou escrevendo-lhes.

Tan naaaaan: ANDEI EM CAVALOS ISLÂNDESES! TAN NAN NAAAAN! NA PRAIA!

Pronto! Haha

A gente foi viajar pro litoral, eu coloquei o cinto de segurança, respirei fundo e falei: -é! Vamo viajar!

O carro ligou, passaram-se 5 minutos e o carro parou: - Far, aconteceu alguma coisa?

- Não, a gente chegou!

Han? (ta, foi uma meia hora, uns 40 minutos, mas eu esperava pelo menos umas três horas :T)

O melhor de andar em cavalos islandeses que saber que eles são mesmo islandeses. Não é como ter um cachorro ‘pastor alemão’ no Brasil, pq o bichinho não nasceu na Alemanha. Mas pra o cavalo ser islandês ele tem que ter nascido lá na chonchichinha e ter um nome islandês.

No fim das contas o cavalo é só um cavalo, mas ele é mais gordo, mais forte, mais peludo e tem umas marchas especiais da raça dele. Ele também é bem veloz.

Eu escovei o cavalo, a gente selou e daí, fomos andar.

Tinham várias conchinhas chão e eu pensei: - Como eu seria feliz de tivesse uma dessas conchas, larará. Daí eu desci do cavalo e fui pegar e daí o cavalo fugiu. O cavalo, o cavalo islandês, fugiu. Assim, se picou.

Puf!

Eu olhei pra dona do cavalo que tava me acompanhando, ela olhou pra mim com um ódio profundo, eu olhei de novo: - OH, I’m sorry, I’m really sorry! Undskyldning (= desculpa em dinamarques)! Quase cavei um buraco na areia pra me esconder da fúria daquela senhora. E então, a nossa heroína deu meia volta com o seu cavalo, empinou, gritou: -írra! (ok, ela não fez isso) E saio em busca do cavalinho.

Enquanto isso eu catei as conchas mais lindas do universo e ela com toda a sua bravura resgatou o cavalo fujão.

- ufa! You got it!

Ela fez uma cara de ‘será que agora você dá conta de não deixar isso fugir denovo?’. E lá fomos nós cavalgar pelo campos de trigo. No meio do campo ela me falou: - você segura diferente no cavalo. (é pq ela segura como uma lady, com as duas mãos baixinhas e eu seguro só com uma mão, com a mão assim mais alta e a outra mão fica livre) e eu falei: -é, né (: Daí ela falou de novo:

- ah, é que parece um pião.

¬¬

Daí ele perguntou: - quer andar mais rápido?

- sim, quero andar mais rápido :D (uhu!)

- ok, let’s go.

Daí ela fez alguma mágica com o cavalo, o cavalo disparou, o meu disparou junto, eu cai no chão, bati a cabeça e morri.

(ok, retomando, os nossos cavalos dispararam, eu quase cai no chão bati a cabeça e morri, daí com toda a minha força de amazona eu puxei a rédea bem forte e o bichinho parou)

Nisso de puxar a rédea bem forte o cavalo começou a andar, mas num passo mais acelerado e começou a cavalgar. A mulher olhou pra mim com uma cara assustada e eu pensei: -ai, fiz merda de novo. E ela disse comovida: - Oh my God! Como você fez isso? – han? Isso o quê, fia? – Essa marcha especialíssima do cavalo islandês que só especialistas conseguem fazer?

- ah! Isso? Deve ser o meu jeitinho pião de ser.

(é, todos vocês sabem que eu só dei um sorrisinho e falei humildemente: - ô, não sei )

E voltamos, depois da aventura, sãs e salvas para o lar.

Eu tomei um licor escocês 15 anos num copo redondo! E o melhor de ter tomado o licor não foi ter tomado o licor foi ter tomado o licor num copo redondo. Dá pra imaginar o copo girando e girando? Depois eles serviram uma sobremesa linda que a família tinha criado (mal consegui comer). Quando a gente tava comendo a filha mais nova veio com o celular mostrando a mais nova atração do colégio privado que ela estuda: uma tv no banheiro.

Então, bem-vindos a Dinamarca. Aqui, todos tem direito a educação de qualidade, mas, se você tiver dinheiro suficiente para ter cavalos da Islândia você pode também pagar uma escola particular para suas filhas e elas terão o enorme prazer de assistir um pedacinho daquele programa quando foram fazer suas necessidades fisiológicas. O que mais me impressiona é imaginar dois jovens na flor da idade, no meio do intervalo, conversando:

- pô, tá chato aqui, né? Que que você acha da gente ir no banheiro assistir uma televisãozinha?

Passado isso, as mocinhas me chamaram pra assistir ‘O show de Truman’. Foi um prazer conhecer as meninas (filhas do casal), elas são um doce e elas pintam também, a casa era cheia de quadros e desenhos das meninas.

Tudo estava bem hyggelig e aí far e mor me chamaram pra gente ir embora que já tava tardezinho.

O melhor de fazer essas ‘viagens’ é saber o quanto as distâncias são psicológicas na Dinamarca. 40 em Salvador era só pra ir pra escola, e aqui você tá no litoral junto a brisa do mar andando em cavalos islandeses e tomando um licor escocês 15 anos num copo redondo.

Vi ses.