Lá vou eu, outro dia de chuva, comprar o presente da pequena.
Chego em casa toda feliz: - tchan ran, Paula! Feliz aniversário! Ela pegou o embrulho grandão, rasgou o papel, olhou emburrada, empurrou pra cima do balcão, foi pro quarto dela e bateu a porta.
Ela é um outro ser, um duende talvez.
eu podia ter comprado 20 kinder ovos,
ou 20 sucos de amora,
me entupir de chocolate e de surpresinhas
eu podia ficar em casa na minha cama quentinha
eu podia rasgar o dinheiro,
eu podia jogar no vaso e dar descarga,
eu podia, enfim
mas fui lá
comprar um presentinho com todo amor,
pra nada.
ô vida lazarenta!
-.-
acho que no fundo, no fundinho ela gostou.
eu dei um trompete (quem não ia gostar de um trompete, nessa vida?)
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